Poderei eu um dia rimar,
Sabendo que não estou vivo,
Mas na alma desejar,
Um dia destes alcançar,
A Vida e escrever um livro.
Mas se nada me aplaca,
Este sentimento mau,
Que está cravado como estaca,
Pela mão de quem ataca,
Em madeira feita de pau.
Mas Deus me livre eu morrer,
Sem nada ter conseguido,
E ficar no esquecer,
E lá permanecer,
Sem nunca ter vivido.
Mas eu durmo acordado,
E em pé sou mais um alvo,
Nem sentado, nem deitado,
Nem desviando-me para o lado,
Eu deixo de ser alvejado.
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