Esta é a terra dos figos de mel
e pinhas bravas com resina.
Dos bichos da quaresma no pinhal
e das visitas à fonte taurina.
Aqui caiu um dia, na curva do monte,
uma estrela milenar que se findou
nas leis dum universo por contar;
o que dela restou, pilar da criação,
é o fragmento, o grão do pó,
que carregamos, ainda, em cada mão.
Este punhado de terra
que nos olha do cimo de um monte
é o sítio onde os pardais vêm casar:
a espiga do pão que se mastiga,
o vinho que bebemos devagar;
um pequeno reino subtil
que o melro escolheu para ficar.
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