Um gosto a alecrim na minha boca.
O corpo a roçar pó e resina.
Sonhos atados com cordel
e janelas de olhos de vidro
sem retina e com menina.
Daqui em diante
(como quem arranca a crosta duma ferida)
tirarei a máscara imprudente
e olharei de frente
tudo o que os olhos podem ver.
Como criança ficarei nessa nudez
debruçada no peitoril de uma janela;
será fácil estender o corpo
e poisar os cotovelos
nos velhos rebordos dela.
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