É saudade demais para um pai suportar
Saber do filho crescer sem diariamente estar
Beijos, abraços e carinhos que não pode ganhar
Saudade até da birra na hora de papar
É, paciência; deixa estar
Existe um final de semana para chegar
Um breve até logo e já recomeçar a contar
Os dias para o próximo sábado raiar
Da Fonte do Sapo não poder mais brincar
Tão pouco aquele pastel de vento saborear
Como uma caravela quinhentista a zarpar
A vida deriva sem bússola até em um porto ancorar
De tanto se preocupar até o sono deixa de sonhar
A vida fica vazia mesmo com uma guitarra para tocar
Fotos espalhadas pelo quarto fingem uma presença marcar
A vista sempre turva, contudo, não se cansa de admirar
Brinquedos do McQueen, Woody, Buzz enfeitam qualquer lugar
E o mandolim a posto para brincar de dedilhar
Não é querer mais tempo é apenas poder estar
Dar bom dia e boa noite todos os dias sem cessar
Dentro em breve quatro anos completará
Ele veio numa quarta-feira de astrologia solar
Há infinitas estrofes que poderia dedicar
Mas uma apenas uma que querer cantar: te amo, Samuel
O tempo envelhece lembranças vivas
E um poema de Bandeira continua a reverberar
A certeza de tudo que poderia ser e jamais será
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