Deixe sangrar em seu rosto a chuva que não cessa
Estripe o veneno de suas veias sem nenhuma pressa
O mal há muito já o corroeu e sequer lhe deu trégua
A luz resplandece distante, em longíquas terras
Tente continuar a caminhar mesmo que pareça rastejar
Vislumbre aquela semente que você ajudou a germinar
É apenas um ramo que em breve o céu irá abraçar
Acolhido em sua gruta, de longe poderá admirar
Lembre daquelas primeiras canções de ninar
Imagine aquele quarto recomeçar a pintar
Foi lá que os primeiros passos começou a praticar
E as noites que passou em claro com um futuro a embalar
Não se importe com a tristeza que pesa em seu olhar
Nem em frente ao espelho uma verdade irá atenuar
Sorria e ria como sempre de si mesmo sem se envergonhar
Por mais afliação que ainda possa suportar
Semente e você mente
Um futuro sem pecado
Que não pode ser posto de lado
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