Matar o Ano Velho em decassílabos
da língua portuguesa, construindo
em outros decassílabos a crença
de que é diferente o Ano que vem vindo…
Será mesmo diferente esse Ano Novo,
semente dada à terra e a fazer
brotar raízes jovens, caule moço?
Ou flor ‘inda sonhada e já a morrer?
Que um gole de bom vinho na garganta
ateste que esta hora não tem preço:
expire o Ano Velho em decassílabos
salvando-se a ilusão do recomeço.