João Pedro Mésseder
Meia-noite, 31 de Dezembro

Matar o Ano Velho em decassílabos

da língua portuguesa, construindo

em outros decassílabos a crença

de que é diferente o Ano que vem vindo…

 

Será mesmo diferente esse Ano Novo,

semente dada à terra e a fazer

brotar raízes jovens, caule moço?

Ou flor ‘inda sonhada e já a morrer?

 

Que um gole de bom vinho na garganta

ateste que esta hora não tem preço:

expire o Ano Velho em decassílabos

salvando-se a ilusão do recomeço.