Este é o bessímo poema de que eles tanto falam;
O ínclito da culpa, o insepulto desejo da grandeza;
A insurreição contra o medo, o insubmisso engano da certeza.
Este é o íntegro poema que eles lêem quando se calam.
Poema íntegro da humildade das estrelas que estalam
E se quebram no plano de fundo da distãncia acesa;
Poema ilícito do silêncio ileso, sem voz como defesa;
Igreja dos que não decoraram a reza, que outros declamam.
Este é o divino poema de quem não mais pode crer
Na ilusão pura, na fantástica ilustração do sublime,
No imerecido confronto entre mim e a humanidade em mim.
Imerso numa página, o poema é somente o que se poder ver,
Escrito como se fosse o testemunho ocular de um crime
De alguém que oferece flores a quem foi roubado o seu jardim.