Veste-me com essas dúvidas essenciais
E permite que eu fique inerte
Neste movimento circular.
Promete-me que, quando o rio secar,
Um outro rio corra
Entre os meus dedos no escuro
E que, quando a luz se apagar,
Nenhum demónio entre no meu quarto,
Pois eu nunca soube o que fiz.
Ou, então, deixa-me rasgar as minhas roupas
E percorrer este labirinto, feito de violetas, despido.
Porque eu nunca quis o ouro
Que me davas de mãos cheias
E tu nunca imaginaste
Que foram sempre as tuas mãos
O que eu sempre quis.